07/11/2021
Embora os alimentos forneçam menos colesterol do que a quantidade fabricada no nosso corpo, algumas pessoas, dependendo da dieta alimentar ou de sua herança genética, podem ter problemas com ele. O colesterol em excesso costuma depositar-se sob a forma de placas nas paredes interiores das artérias (processo chamado de aterosclerose). Esses depósitos de gordura ricos em colesterol atraem compostos de cálcio que engrossam e enrijecem ainda mais as artérias (levando a arteriosclerose). Com isso, a passagem do sangue é obstruída e coloca em risco o funcionamento do coração.
A medida de colesterol que é relacionada com as doenças cardiovasculares é feita examinando-se o sangue da pessoa e é expressa em miligramas por decilitro de sangue. Indivíduos com valores abaixo de 200mg/dL são menos propensos a terem doenças cardiovasculares do que aqueles com leituras acima de 240mg/dL.
O nível de colesterol no sangue é influenciado, principalmente pela quantidade dele na dieta e pela quantidade de gorduras saturadas na dieta. As gorduras saturadas facilitam o aumento de colesterol no sangue, quando comparadas com as insaturadas. Além disso, a presença de gorduras saturadas no corpo facilita a produção natural de colesterol pelo organismo. Isto é a razão de que limitar apenas a ingestão de colesterol não é suficiente para prevenir a aterosclerose.
Atualmente, recomenda-se que a ingestão diária de colesterol não exceda 300mg e que o teor total de calorias das gorduras não ultrapasse 30% do valor calórico total.
Fontes de colesterol na dieta
O colesterol existe em grande quantidade na gema do ovo, no fígado, no rim, no pâncreas e no timo da vitela, no cérebro e nas ovas de peixe. O colesterol também está presente em pequena quantidade na gordura da carne, no leite integral, em cremes, em sorvetes, nos queijos e na manteiga. Alimentos com pouco ou nenhum colesterol são as frutas, vegetais, cereais, pães, clara do ovo, peixe pouco gorduroso, carne muito magra e sopas feitas sem gordura e com leite desnatado.
Fatores da dieta que afetam o nível de colesterol
Foi demonstrado que a ingestão de gorduras na dieta tem efeito no nível de colesterol do sangue. As populações (Estados Unidos, Grã-Bretanha e Finlândia) que consomem dietas ricas em gorduras têm níveis relativamente altos de colesterol no sangue. As populações (Japão e Itália) que têm pequena ingestão de gorduras, normalmente tem níveis relativamente baixos de colesterol sérico.
Os fatores da dieta que afetam essa concentração podem ser resumidos da seguinte maneira:
1. Uma alta ingestão de colesterol normalmente aumenta o nível de colesterol sanguíneo em alguns miligramas por 100 ml. O fígado normalmente compensa uma alta ingestão de colesterol pela síntese de pequenas quantidades e por converter mais colesterol para ácidos biliares. Todavia, esse mecanismo de controle varia de uma pessoa para outra e possivelmente de uma raça para outra.
2. Uma dieta contendo apenas gordura saturada (manteiga, óleo de coco, gordura de carnes, banha) aumenta o nível de colesterol sanguíneo tanto quanto 40 a 50 mg por 100 ml.
3. Uma ingestão dietética de gorduras poliinsaturadas como óleo de milho, canola, girassol efetivamente abaixam os níveis de colesterol sérico.
4. Há evidências que sugerem que fibras na dieta podem reduzir o colesterol sérico por se ligarem aos ácidos biliares, ou favorecerem o crescimento de uma flora intestinal que produza ácidos biliares secundários, não tão bem absorvidos como os outros ácidos biliares primários.
5. Excesso de secreção de hormônios da tireoide (hipertireoidismo) causa um decréscimo nos níveis sanguíneos de colesterol. No diabete mellitus os níveis de colesterol sanguíneo aumentam provavelmente devido a um aumento da mobilização de lipídios.
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Gordura saturada que prejudica o metabolismo e que eleve colesterol só na carne, mesmo aquela sem gordura aparente.
O excesso de gordura ou colesterol no sangue forma placas que dificultam a circulação sanguínea, ocasionando a obstrução das artérias e, consequentemente, os males do coração e de outros órgãos.
Complicação do Diabetes relacionada à arteriosclerose. Problemas cardiovasculares: a alta da glicose agride a parede dos vasos facilitando o acúmulo de gordura e as inflamações que entopem artérias. Isso causa infartos e derrames.
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O colesterol é insolúvel em água e, consequentemente, insolúvel no sangue. Para ser transportado através da corrente sanguínea ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas, partículas esféricas que tem sua superfície exterior composta principalmente por proteínas hidrossolúveis. O colesterol é sintetizado primariamente da acetil CoA através da cascata da HMG-CoA redutase em diversas células e tecidos. O colesterol é sintetizado primariamente da acetil CoA através da cascata da HMG-CoA redutase em diversas células e tecidos. Cerca de 20 a 25% da produção total diária (~1g/dia) ocorre no fígado; outros locais de maior taxa de síntese incluem os intestinos, glândulas adrenais e órgãos reprodutivos.
Lipoproteínas de alta densidade (High Density Lipoproteins ou HDL): acredita-se que são capazes de absorver os cristais de colesterol, que começam a ser depositados nas paredes arteriais/veias (retardando o processo arterosclerótico). O colesterol é necessário para o funcionamento normal da membrana plasmática de células.
Esse esteroide é sintetizado pelo fígado. Através de um processo homeostático quanto maior for a ingestão de colesterol, menor será a quantidade sintetizada pelo fígado.
A biossíntese do colesterol é regulada diretamente pelos níveis presentes do mesmo, apesar dos mecanismos de homeostase envolvidos ainda serem apenas parcialmente compreendidos. Uma alta ingestão de colesterol da dieta leva a uma redução global na produção endógena, enquanto que uma ingestão reduzida leva ao efeito oposto. O principal mecanismo regulatório é a sensibilidade do colesterol intracelular no retículo endoplasmático pela proteína de ligação ao elemento de resposta a esterol (SREBP). Na presença do colesterol, a SREBP se liga a outras duas proteínas: SCAP (SREBP-cleavage activating protein) e Insig1. Quando os níveis de colesterol caem, a Insig-1 se dissocia do complexo SREBP-SCAP, permitindo que o complexo migre para o aparelho de Golgi, onde a SREBP é clivada pela S1P e S2P (site 1/2 protease), duas enzimas que são ativadas pela SCAP quando os níveis de colesterol estão baixos. A SREBP clivada então migra para o núcleo e age como um fator de transcrição para se ligar ao elemento regulatório de esterol (SRE) de diversos genes para estimular sua transcrição. Entre os genes transcritos estão o receptor LDL e o HMG-CoA redutase. O primeiro procura por LDL circulante na corrente sanguínea, ao passo que o HMG-CoA redutase leva a uma produção endógena aumentada de colesterol.
O colesterol é minimamente solúvel em água; não podendo se dissolver e ser transportado diretamente na corrente sanguínea, que é à base de água. Ao invés, ele é transportado na corrente sanguínea pelas lipoproteínas, que são solúveis em água e carregam o colesterol e triglicerídeos internamente. As apolipoproteínas que formam a superfície de uma dada partícula de lipoproteína determinam de que células o colesterol será removido e para onde ele será fornecido.
As maiores lipoproteínas, que transportam principalmente gorduras da mucosa intestinal para o fígado, são chamadas de quilomícrons. Elas carregam principalmente gorduras na forma de triglicerídeos e colesterol. No fígado, as partículas de quilomícron liberam triglicerídeos e um pouco de colesterol. O fígado converte os metabólitos dos alimentos não queimados em lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e secreta-as no plasma onde são convertidas em partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e ácidos graxos não esterificados, que podem afetar outras células do corpo. Em indivíduos saudáveis, as relativamente poucas partículas de LDL são de tamanho grande. Em contraste, números aumentados de partículas de LDL de baixa densidade (sdLDL) são fortemente associados com a presença de doença ateromatosa nas artérias. Por esta razão, o LDL é considerado o "colesterol ruim".
Fonte:
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Colesterol pertence ao grupo de gorduras esteroides. Há cinco tipos de lipoproteínas envolvidas no transporte do colesterol. As mais conhecidas são a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e a lipoproteína de alta densidade (HDL).
Fonte:
Colesterol total é a soma das frações de HDL, LDL e VLDL. Os dois principais tipos de lipídios no organismo humano são: triglicerídeos e colesterol. Mais de 95% dos lipídios alimentares são triglicerídeos.
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Os ácidos graxos nas células da mucosa do intestino, são digeridos em ácidos graxos livres, que são, então, restituídos à forma de triglicerídeos, sendo cercados por um revestimento proteico, formando os quilomícrons. Estes passam no lúmen dos vasos sanguíneos dos vasos dos vilos e são transportados pelos vasos linfáticos para a corrente sanguínea. Os triglicerídeos na forma de quilomícrons são então transportados para o fígado e para o tecido adiposo para serem metabolizados e armazenados. Após síntese no fígado, ocorre fracionamento de quilomícrons em ácidos graxos que vão para adipócitos. E por fim síntese de triglicerídeos nos adipócitos.
O consumo elevado de gorduras, tanto vegetais quanto animais, pode elevar o percentual de gordura corporal, o que desfavorece a saúde, a estética e o rendimento físico nos esportes assim como no dia a dia.
A necessidade maior do organismo em relação aos nutrientes energéticos é de carboidratos, que ficariam reduzidos se aumentasse o consumo de gorduras. Isso se justifica pela fácil digestão e aproveitamento dos carboidratos em relação a uma digestão e absorção mais lenta das gorduras. A prioridade no gasto energético de nutrientes ingeridos é dos carboidratos, mesmo quando as gorduras armazenadas estão sendo utilizadas, pois as gorduras ingeridas não chegam “a tempo” para serem utilizadas numa determinada atividade física. Ou seja, a refeição anterior ao exercício deve ser rica em carboidratos (uma hora antes) e não em gorduras ou proteínas. Ao facilitar a digestão e fornecer glicose, o rendimento será melhor. Carboidratos, lipídios e proteínas são os únicos capazes de gerar energia, ou seja, fornecem calorias. Os nutrientes vitaminas e sais minerais não possuem a capacidade de gerar energia e sim de regular o metabolismo.
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70% do nosso colesterol é de origem endógena (produzido pelo fígado) os 30% é de origem alimentar. A produção das lipoproteínas é regulada pelos níveis de colesterol. Colesterol derivado de gorduras saturadas e gordura trans favorecem a produção de LDL enquanto que gordura insaturada, encontrada no azeite, e amêndoas, por exemplo, promove a produção do HDL. A elevação do colesterol, e principalmente dos triglicerídeos, estão associados à uma maior incidência de acúmulo de gordura no fígado, chamado de esteatose hepática. Os triglicerídeos estão intimamente ligados ao VLDL e seu valor costuma ser 5x maior. Algumas pessoas, normalmente mulheres, têm HDL muito elevados, às vezes acima de 100 mg/dL. Isso não indica qualquer doença. Na verdade, são pessoas afortunadas pois apresentam baixo risco de doença cardíaca, principalmente se o LDL for baixo.
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Gordura saturada é formada por triglicérides cujos ácidos gordos são do tipo saturado, classificando-se desta forma pelo fato dos seus átomos de carbono se ligarem ao maior número possível de átomos de hidrogênio. Importantes para o estímulo das reações químicas que ocorrem em nosso corpo.
Todos os alimentos de origem vegetal são pobres em gordura saturada, excetuando o coco e a palma do óleo, contudo, apesar de saturada, a gordura do coco e de palma contêm um tipo especial de ácidos gordos, denominados de cadeia média (entre 8 e 12 átomos de carbono) e que não causam aumento dos níveis de colesterol no sangue.
Já todos os alimentos de origem animal possuem bastante gordura saturada, especialmente os queijos curados, enchidos, bacon e toucinho. A gordura saturada contribui para o armazenamento e produção de energia. Este tipo de gordura é sólida quando se encontra à temperatura ambiente, com a tendência para se depositar nos tecidos do corpo, em particular por baixo da pele (causando obesidade) e nas artérias, o que provoca arteriosclerose. Não existem sintomas carenciais associados à gordura saturada, porque este tipo de gordura não é necessária para o organismo e quanto menos se ingerir, melhor.
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Aterosclerose é uma doença onde há excesso de gordura nas artérias, que podem interromper o fluxo de sangue para partes do corpo, causando derrame. Refere-se o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas suas paredes da artéria (placas), que podem restringir o fluxo de sangue. Sintomas de aterosclerose dependem de quais artérias são afetadas. Por exemplo:
- Se você tem aterosclerose em suas artérias do coração, você pode ter sintomas, como dor no peito ou pressão (angina).
- Se você tem aterosclerose nas artérias levando a seu cérebro, você pode ter sinais e sintomas como dormência súbita ou fraqueza nos braços ou pernas, dificuldade para falar ou arrastada, ou inclinando-se os músculos em seu rosto. Estes sinais de um ataque isquêmico transitório, que, se não tratado, pode progredir para um derrame.
- Se você tem aterosclerose nas artérias em seus braços e pernas, você pode ter sintomas de doença arterial periférica, tais como dor nas pernas ao caminhar (claudicação intermitente).
- Se você tem aterosclerose nas artérias levando a seus rins, você desenvolver hipertensão arterial ou insuficiência renal.
- Se você tem aterosclerose nas artérias levando a seus órgãos genitais, você pode ter dificuldades em fazer sexo. Às vezes, a aterosclerose pode causar disfunção erétil em homens. Em mulheres, pressão arterial elevada pode reduzir o fluxo sanguíneo para a vagina, tornando o sexo menos prazeroso. A aterosclerose é uma doença lenta, progressiva que pode começar tão cedo quanto a infância. Embora a causa exata é desconhecida, aterosclerose pode começar com dano ou prejuízo para a camada interna de uma artéria. O dano pode ser causado por:
- Pressão arterial elevada
- Colesterol alto, muitas gorduras saturadas em sua dieta
- Triglicérides elevados, um tipo de gordura (lipídios) no sangue
- Tabagismo e outras fontes de tabaco
- Diabetes
- Inflamação de doenças como artrite, Lúpus ou infecções, ou inflamação de causa desconhecida.
Uma vez que a parede interna de uma artéria está danificada, as células do sangue e outras substâncias frequentemente podem se aglutinar no local da lesão e acumular no revestimento interno da artéria. Ao longo do tempo, os depósitos de gordura (placas) de colesterol e outros produtos celulares também podem construir no local da lesão e endurecer, estreitando suas artérias. Os tecidos e órgãos ligados às artérias bloqueadas então não recebem sangue suficiente para funcionar adequadamente. Eventualmente, pedaços dos depósitos de gordura podem romper e insira sua corrente sanguínea. Além disso, o revestimento suave de uma placa pode romper-se, derramando o colesterol e outras substâncias na corrente sanguínea. Isso pode causar um coágulo de sangue, que pode bloquear o fluxo de sangue para uma parte específica do seu corpo, como ocorre quando bloqueado o fluxo de sangue ao coração causa ataque cardíaco. Um coágulo de sangue também pode viajar para outras partes do seu corpo, bloqueando o fluxo para outro órgão.
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Doenças orgânicas ou distúrbios hormonais são os responsáveis pela hipertensão em apenas 5% dos casos. O cigarro estreita o calibre das artérias, o que dificulta ainda mais a circulação do sangue.